Ela se infiltra nos nossos dias quando algo não sai como esperávamos, quando o caminho não se abre, quando o outro não responde, quando o tempo não colabora. Damos o nome de frustração, mas o que pulsa por trás dela é muito mais do que um simples incômodo, é a colisão entre o desejo e a realidade, entre o controle que acreditamos ter e a vida que se revela como ela é.
Nos meus próprios processos, tenho sentido a frustração como uma presença constante, quase íntima. Às vezes ela chega como raiva, outras vezes como impaciência e percebo, com um misto de espanto e gratidão, o quanto essa frustração é apenas um espelho feroz, apontando onde ainda estou tentando controlar o incontrolável. Porque é ali, exatamente ali, que mora mais uma chave para a liberação.
A frustração me mostra onde estou presa a um roteiro, a um ideal, a uma promessa feita por um ego que quer garantias. Mas a alma não opera com garantias. Ela opera com presença. Ela não se move por plano de metas. E é nesse descompasso entre a alma e o ego que a frustração se instala, como uma febre que revela o excesso, como o fogo do desejo projetado pra fora e, por falta de ressonância com a realidade, acaba voltando e consumindo a gente por dentro.
Li recentemente no livro O Despertar de Shakti que o sofrimento surge da perseguição incessante pelo prazer. Quanto mais tentamos alcançar o prazer a qualquer custo, mais nos afastamos da paz. E é por isso que a frustração dói tanto, porque ela desmascara essa ilusão. Ela diz: “não era isso que você queria de verdade”. E nos convida, se tivermos coragem, a perguntar: “o que eu estava realmente buscando?”, “era isso que minha alma queria viver, ou só o símbolo do que eu imaginava ser a resposta?”
É quando aceitamos que não vai acontecer como planejamos que o portal de cura se abre. Não é rendição por desistência é rendição por lucidez. A frustração, quando atravessada com consciência, rasga o mapa ilusório e revela o território real. É nesse território que as mudanças verdadeiras acontecem. Não aquelas que prometem resultados em sete passos, mas as que transformam a nossa forma de estar no mundo. A frustração nos purifica. Ela queima o desejo que era só disfarce de medo. Ela dissolve expectativas herdadas. Ela interrompe o ciclo de repetir o que já não serve.
E não, aqui eu não estou fazendo apologia à dor. Mas se recusarmos a encarar nossas sombras, também recusamos nossa soberania. Se fugimos do desconforto, fugimos de nós mesmas. Aprender a sustentar a dor não como punição, mas como parte do processo, é aprender a amar de verdade. Amar o que é, mesmo quando não é o que gostaríamos. Amar o ritmo da vida, mesmo quando ele não corresponde ao nosso calendário de expectativas.
Toda frustração é uma encruzilhada. Podemos escolher o caminho do ressentimento, da cobrança, da culpabilização. Ou podemos escolher o caminho da presença, da escuta, da honestidade brutal que pergunta: “o que dentro de mim precisa mudar para que eu possa viver em paz, mesmo aqui?”
Talvez o maior presente da frustração seja esse: ela nos devolve à verdade. Às vezes pela dor, quase sempre pela queda, mas sempre com a chance de um recomeço mais inteiro, mais simples, mais real.
Se você sente o chamado de se aprofundar em si e viver práticas reais de alinhamento com a sua essência, essas são algumas portas que estão abertas agora:
RETIRO CAMINHO DA VIDA — um tempo fora do tempo, onde o silêncio, o corpo e a natureza sustentam a sua escuta mais íntima.
YOGA SEM FILTRO — uma jornada para cultivar presença e verdade no dia a dia, através do corpo que respira e se movimenta com consciência.
e no Instagram fechado @mahecalmbusiness, compartilho conteúdos do que tenho vivido e construído em relação a minha metodologia de viver uma vida empreendedora mais calma e próspera.
Chegue por onde fizer sentido. O mais importante é que você se encontre. <3
Com amor,
Mahê.
Um acalento na alma te ler, Mahê. Que reflexão essencial e pura! Obrigada pela partilha ❤️
Que reflexão tão boa. Aho 🙏🏻❤️